Sinergia – o caráter e a dualidade das escolhas autônomas, ou das simpatias
foto:Alexandre Sequeira - Nando Lima em MORGUE insano and COOL no REATOR
Observar sempre foi um dos maiores ensinamentos para o ator.
A tela do notebook nesse trabalho tem sido um posto freqüentável, um canal onde
a matéria virtual, essência dessa odisséia, viaja, circula por entre e dentro
dos sentidos. Há na comunicação dos chats um tempo preciso entre ler as frases
que surgem na janela do bate-papo e a digitação das respostas. Esse intermezzo
é fundamental no envolvimento entre pessoas online; as pausas, a sucessão de
sinais gráficos e de letras que constroem por aliteração sentidos novos como na
poesia.
O “texto escrito” que sempre esteve a serviço do teatro
ocidental, na condução das idéias, nas ações dos atores, alimentando as funções
técnicas ao determinar ambiências, ajudando encenadores, é bastante diferente
de um texto quando apreendido, copiado de uma janela de chat do Messenger, ou
do Second Life, e mesmo de um telefone celular, este, adquire, pela
configuração com o que os caracteres, letras, números e símbolos se destacam,
assim como pela maneira em que estão seqüenciados, significados distintos e
pouco convencionais, geralmente mais próximos da língua falada, por vezes,
valorizando o aspecto visual ao construir máscaras com os emoticons.
Precisamente estamos falando de atitudes mundanas, essas que
são coerentes com o tempo em que vivemos. Ora, se a performance está ligada ao
nosso caráter, e se por vezes nos mundos virtuais assumimos atitudes que
parecem tão distintas de nosso caráter por estarmos cobertos com uma capa de
pixels, passamos então a ter um terceiro “eu” ao qual chamamos de Avatar³ e não mais de personagem, pois o destituímos
da criação artificial – da artificialidade – embora essa imagem na tela de
computador pareça ainda mais distante e fria que qualquer personagem construído
por um ator no teatro. Inversamente, quando nos “logamos” em um “mundo virtual”
usando um “AV” geralmente construímos esse Avatar com muito de nossas
aspirações mais intocáveis e individuais, quer seja na aparência do corpo - que
construímos usando roupas e acessórios que provavelmente não usaríamos na “RL”(Real Life) - quer seja nas
atitudes que tomamos ao interagir com um outro Avatar dentro desses mundos onde
estamos travestidos em pixels.
Transir é um dos verbos de M.I.C.
Verbo
transitivo direto.
1.Penetrar, repassar.
Verbo intransitivo.
2.Estar ou ficar hirto de frio, dor, medo, etc.
3 – Avatar - são
representações gráficas tridimensionais dos usuários. Além de representá-lo, o
avatar também é o meio pelo qual o usuário pode estabelecer relações
interativas com todo o mundo virtual, sentindo-se mais presente dentro desse
ambiente. Os avatares podem apresentar qualquer corpo tridimensional animado
dependendo do que se propõe o ambiente virtual em questão.
1.Penetrar, repassar.
Verbo intransitivo.
2.Estar ou ficar hirto de frio, dor, medo, etc.
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